quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Óidipous, o nome

Óidipous, o nome


Em grego Édipo é Óidipous, nome próprio original que empregamos em nossa versão de Édipo Rei de Sófocles.
Este nome é antes um apelido, pois significa literalmente pés inchados.
Oiden – inchação, de onde deriva o termo edema; e pous - pés.

Seu nome tem também um outro sentido pos é a conjunção de
Oida – eu sei, em grego com pous – pés.
Édipo, carrega um saber em seu pé.
Óidipous pode ser traduzido também por “Eu-sei-do-pé”.

Por que Óidipo tem os pés inchados? Aos três dias de nascido seu Pai, Laios, enfiou um ferro em seus tornozelos para pendurá-lo e mandou Iocaste entregá-lo a um pastor para deixá-lo exposto às intempéries da sorte no monte Citéron para que morresse. Mas este apiedou-se do bebê o deu a um outro pastor, que, o entregou a Mérope e Pólibos reis de Corinto, que não tinham filhos.

Assim, o nome de Óidipous traz a marca de exclusão de sua origem, ou seja, do desejo mortífero do Outro (representado por seus pais). Desde a origem Óidipous é o dejeto do Outro.


O verbo oidao – inchar, ficar inchado – também se refere ao traço característico específico de “ser inflado”... Édipo, o solucionador de enigmas, está inflado e enfatuado por seu “conhecimento” (seu saber – oida) cf. Theodore Thass- Thienemann in Rudnytsky, Freud e Édipo, Ed. Perspectiva, p. 259.

Encontramos também em seu nome pou que, assim como seu correlato hopou, significa onde. Desta forma, seu nome significa “sei onde”.
Seu nome indica um saber sobre um lugar. Que lugar é esse? O lugar de onde veio. O lugar de sua origem. Trata-se da pergunta sobre a origem: de onde eu vim? É a pergunta que ficou sem resposta desde que ele saiu de Corinto e se dirigiu a Delfos para saber sobre sua origem.
Seu nome contém a pergunta e a resposta sobre a origem,: “Quer saber onde nascestes? Teus pés inchados mostram que és de Tebas e que teus pais quiseram matar-te”.

Óidipous, tem no nome e no corpo a marca do saber de sua origem, mas ele, como diz Teirésias, em Óidipous, filho de Laois, “não olhou para os pés, não ouviu os pés e não que pensar com os pés”.

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