Sigmund Freud
Toda criança coloca essa pergunta como um enigma antes mesmo de saber algo sobre a sexualdidade. Pode surpreender que Freud interprete assim o enigma da Esfinge. Mas o entendemos quando verificamos que o que está em jogo mesmo nessa charada da Esfinge é a questão sobre o desejo do Outro. De onde eu vim? Como vim para aqui neste mundo? Meus pais me quiseram? Desejaram que eu viesse? Acolheram-me?
O Outro me deseja? Será que meus pais me desejaram?
Qual o meu lugar no desejo do Outro? Tenho algum lugar aí?
Sou filho do Amor, do Acaso ou da Morte?
No enigma da Esfinge está em jogo a questão do saber o seu lugar em relação ao desejo do Outro, os pais.
A Esfinge - Irina Ionesco
Óidipous, tem os pés inchados porque seus pais quiseram matá-lo.
Não, Óidipous, você não tem lugar no desejo do Outro. Seus pais quiseram eliminá-lo quando você chegou. Você não tem lugar neste mundo.
Ou tem? E deve conquistá-lo?
De juiz a réu
No caso da peça de Sófocles sobre o Édipo, esse Outro não só é representado por seus pais verdadeiros como também por Tebas, a Polis. No início da peça ele tem um lugar de rei nesse Outro, de sábio, de salvador, pois ele com sua inteligência desvendou o enigma da Esfinge e liberou Tebas daquele terror. E daí vemos todo o povo a ele se dirigir suplicando que, assim como daquela vez, salvasse o povo e desvendasse o enigma da peste. Por que os deuses tinha enviado a peste? Por que eles estavam sendo castigados? Kreon traz de Delfos a resposta: a peste está aí por que o assassino de Laio ainda não fora punido. E ao se encarregar da busca, como um juiz, ele descobre que é ele o réu.
De rei a rebotalho
Ao longo da peça ele descobre que ele é a causa da peste e no final ele não morre como ocorre com outros heróis de outras tragédias gregas, mas é banido, exilado de Tebas. Édipo se torna um “sem-lugar”, Ektopos, e realiza assim o desejo do Outro (aqui os pais) de exclusão. Sua trajetória é de rei a rebotalho, de dentro de Tebas para fora dela, de desejado a expulso, de adorado a odiado.
Meu nome é marcelo silva, estudante de psicologia na puc minas bh. Sou formado em Filosofia e estou no fim do curso. Trabalho com o tema da Morte na Contemporaneidade: Negaçao ou indiferença na pesquisa monografica, cujo base epistemologica é psicanalitica.
ResponderExcluirGostaria muito de trocar algumas ideias com A. Quinet, autor que gosto muito de ler e estou usando alguns textos dele na minha pesquisa.
Seria possivel alguem passar minha msg para o proprio?
Meu email: marcellosssbrasil@yahoo.com.br
Desde já agradecido.
PS: Parabens pela peça edipica. Venham a BH apresentá-la, acho que vao fazer muito sucesso.
Parabens tambem Quinet pelo seu dialogo com o teatro.
Saudaçoes
Osculos e amplexos a todo o grupo de teatro Inconsciente!
ae professor, arrebentando no mundo digital!!!
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